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04-01-2006

Formação é calcanhar de Aquiles


Moita Rugby Clube da Bairrada

É difícil motivar os atletas, quando não há prática desportiva. A frase é de Mário Rui, treinador dos escalões de formação. O Moita Rugby Clube da Bairrada (MRCB) tem em mente um projecto junto das Escolas, que irá avançar no início do próximo ano, mas, por falta de meios, a prospecção de talentos só será feita nas escolas da freguesia da Moita e Vila Nova de Monsarros. A sede será concluída em Janeiro, e a equipa sénior está no bom caminho para alcançar os seus objectivos que passam pela manutenção.

FALTA MASSA HUMANA

No decurso de mais um mandato como presidente do MRCB, Manuel Neves continua a viver com o mesmo problema - dar corpo a uma das grandes apostas que é a formação. O clube conta nas suas fileiras com os escalões de Bambis, Benjamins e Infantis, mas não tem atletas suficientes para entrar em competição.

Na época passada, a direcção avançou com um projecto que contemplava a aquisição de técnicos e o fomento da modalidade junto das escolas do concelho.

Porém, a nova época está em andamento, e o projecto ainda não avançou na sua totalidade. “Irá avançar, não como nós pretendíamos, no início de Janeiro, apenas nas escolas da freguesia da Moita e Vila Nova de Monsarros. Não temos verba, e, infelizmente, a Federação Portuguesa de Rugby não está a apoiar este tipo de projectos”. Este o lamento de Manuel Neves, que sobre a falta de competição, referiu que “um clube não consegue viver sem massa humana. E, se não há pessoas, como também não há miúdos para ter equipas completas, mais difícil se torna a nossa missão”.

O MRCB vai vivendo das receitas do bar e de alguns patrocínios, mas a direcção quer alargar os seus horizontes para conseguir mais receitas. Neste patamar de ideias, está a conclusão da futura sede na antiga escola primária. Manuel Neves espera que a obra esteja pronta no decorrer de Janeiro, e deseja que a inauguração coincida com o aniversário (Fevereiro) do clube.

Se existem dificuldades ao nível da formação, pois que a equipa sénior vai de vento em popa: “Na época passada, tivemos dificuldade em arranjar jogadores. Esta época, o plantel é formado por 24 atletas, e pretendemos fazer o melhor possível, que passa pela manutenção”.

CONSTRUIR UMA EQUIPA

Mário Rui é o treinador de todos os escalões do MRCB. Treina 40 atletas, divididos pelos Bambis, Benjamins, Infantis e Seniores. Treinar a equipa sénior, é um sonho tornado realidade, mas começando a nossa conversa pelos escalões de formação, o técnico disse: “Está a ser um ano muito mau. A presença nos vários convívios nacionais é praticamente nula e, uma vez que isso acontece, não há motivação para os miúdos aparecerem aos treinos. Podíamos ter uma equipa de iniciados, até havia atletas interessados, e não temos por falta de meios humanos, pois devia haver uma pessoa, no mínimo, que só tratasse dos contactos e parte logística”.

Outro dos problemas, assegura Mário Rui, é os pais pensarem que o rugby é um desporto violento: “Se houvesse um director desportivo, teria também a tarefa de ir a casa dos pais e sensibilizá-los a trazer os seus filhos para o rugby”.

Não havendo motivação como é possível motivar os jovens?

O treinador bairradino avançou que “dos poucos que andam a treinar, são aqueles que gostam mesmo da modalidade. Não quer dizer que, de hoje para amanhã, não se cansem, deixem de vez, o que torna a formação mais complicada. Eu mesmo fico sem motivação para trabalhar nestes escalões, que são os que mais gosto trabalhar”.

No que diz respeito às condições de trabalho, Mário Rui assegura que são boas, no entanto avisa que falta material de treino, prometido pela direcção mas que ainda não chegou, e um massagista.

“Além do sonho, é um orgulho”

Mário Rui jogou até aos 39 anos, sempre no MRCB, e ainda faz uma perninha nos veteranos da Académica. Treinar a equipa sénior foi um sonho tornado realidade há dois anos: “Além do sonho, é um orgulho estar à frente de uma equipa onde a maior parte dos atletas foram treinados por mim nos escalões inferiores, e outros que cá não estão, de grande valor, como é o caso do meu filho Rui Rodrigues, que está nos seniores da Académica”.

Na sua primeira época como treinador dos seniores, Mário Rui, apesar de possuir um plantel bastante reduzido, considerou que o MRCB realizou excelente campeonato.

A presença época arrancou com o Torneio Abertura. “Tínhamos esperanças em ganhar, mas apanhámos na final uma equipa (Montemor) com rodagem de 1.ª divisão, e não foi possível”, frisou.

No campeonato, com três jornadas cumpridas, o MRCB, tendo jogado sempre em casa, ganhou à Universidade de Aveiro, empatou com o Oeiras e perdeu com a Escola Agrária. Sobre o início da prova, Mário Rui diria que “apesar de dois resultados terem sido desfavoráveis, ainda continuamos nos dois primeiros, e com o objectivo de chegar à fase final”.

“Caminho errado”

Como homem do rugby, e olhando para um cenário cruel, da hipótese das selecções sub-17, 18 e 19 não terem actividade, estando ainda por definir os sub-20, Mário Rui não poupou a estrutura nacional: “A direcção da FPR está a seguir um caminho errado ao deixar estes escalões de formação, apostando na equipa sénior, porque o seu objectivo é o Campeonato do Mundo de 2007”, acrescentando que “a FPR só está a investir na selecção principal, esquecendo-se em dar continuidade ao excelente trabalho dos seniores com os atletas das selecções de formação”.

Mário Rui não percebe o que é que o rugby português ganhará em ir a um campeonato do Mundo, cuja selecção ainda não conseguiu o apuramento, e mostra-se preocupado no desmoronar do trabalho de base que tem sido feito até à época passada. “Acho que é desmotivante para atletas, como aqueles que subiram do grupo C para o B no Campeonato da Europa sub-18, e que se classificaram para o campeonato do Mundo de sub-19, e não vão participar, porque a FPR não tem dinheiro”.

Manuel Zappa


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